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Superar a Depressão com Nutrição, Suplementação e Novos Hábitos

Homen a escalar um rocha

A depressão é uma das doenças mais prevalentes do século XXI, afectando milhões de pessoas em todo o mundo. Embora os tratamentos convencionais, como os antidepressivos e a terapia psicológica, sejam eficazes para muitos, estima-se que apenas 46% dos doentes tenham uma melhoria significativa. Isto acontece porque a depressão é uma condição multifacetada, com causas que vão para além do simples desequilíbrio químico no cérebro. Os estudos mais recentes apontam para a importância da nutrição e da suplementação como afundamentais no combate à depressão. Neste artigo apresentamos as melhores opções de suplementos com base na investigação científica e na prática clínica.

Acetil-L-Carnitina: A Energia para o Cérebro

A Acetil-L-Carnitina é um composto essencial para a função mitocondrial, ajudando a produzir energia e promovendo a neuroplasticidade. Estudos demonstram que pessoas com depressão tendem a ter níveis reduzidos desta substância, e a suplementação pode reduzir significativamente os sintomas depressivos. Algumas investigações sugerem que os efeitos positivos podem ser sentidos já ao fim de três dias, com menos efeitos secundários do que os antidepressivos convencionais.

Lítio em Baixas Doses: Um Estabilizador Natural do Humor

O lítio é um mineral essencial conhecido pelo seu papel na protecção das células cerebrais e na regulação do sistema nervoso. Estudos mostram que doses muito baixas (0,4 mg a 5 mg) podem melhorar o humor e reduzir a impulsividade e o risco de suicídio. Ao contrário das doses elevadas usadas em medicação psiquiátrica, o lítio em microdoses não apresenta efeitos secundários significativos.

Rhodiola: A Raíz do Bem-Estar

Utilizada há séculos na medicina tradicional asiática, a Rhodiola rosea é uma erva adaptogénica conhecida por ajudar a combater o stress e a fadiga. Estudos sugerem que pode ser eficaz na depressão ligeira a moderada, apresentando menos efeitos secundários do que antidepressivos como a sertralina. Além disso, pode ajudar na regulação do sono e da ansiedade, factores frequentemente associados à depressão.

Crómio: O Regulador do Humor e da Energia

O crómio é um mineral essencial para a regulação dos níveis de serotonina e dos níveis de açúcar no sangue. Estudos sugerem que pode ser particularmente útil para pessoas com depressão atípica, ajudando na regulação do apetite, dos desejos por hidratos de carbono e na estabilização do humor. A suplementação com 400-600 mcg diários pode trazer benefícios significativos para alguns doentes.

Hipericão do Gerês: O Antidepressivo Natural

O Hipericão do Gerês, também conhecido como Erva de São João, tem sido amplamente estudado pelos seus efeitos antidepressivos naturais. Este extrato vegetal contém hipericina e hiperforina, compostos que influenciam positivamente os níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina, neurotransmissores essenciais para a regulação do humor. Estudos demonstram que a sua eficácia pode ser comparável a alguns antidepressivos convencionais, especialmente para casos de depressão ligeira a moderada, mas com menos efeitos secundários. Contudo, é essencial ter precaução com possíveis interações medicamentosas, nomeadamente com anticoncecionais e anticoagulantes, pelo que deve ser utilizado sob supervisão médica.

Vitaminas do Complexo B: O Combustível do Cérebro

As vitaminas B desempenham um papel crucial na saúde mental, participando na produção de neurotransmissores como a serotonina, a dopamina e a norepinefrina. Três vitaminas destacam-se pelo seu impacto na depressão:

  • Vitamina B9 (Folato): Essencial para a síntese de neurotransmissores. Estudos mostram que a sua deficiência está associada a uma menor resposta a antidepressivos. A forma metilfolato (5-MTHF) pode ser a mais eficaz.
  • Vitamina B6 (P-5-P): Ajuda na regulação do humor e do stress, podendo ser especialmente benéfica para mulheres em fase pré-menopáusica.
  • Vitamina B12: Baixos níveis de B12 estão correlacionados com um maior risco de depressão. Embora não tenha um efeito imediato no humor, a sua suplementação ajuda a prevenir futuros episódios depressivos.

Uma Abordagem Holística para a Depressão

A depressão não tem uma solução única, mas a nutrição e a suplementação oferecem novas perspetivas para um tratamento mais eficaz. Combinar estas opções com abordagens, como a psicoterapia e a atividade física, pode ser a chave para melhorar a saúde mental e restabelecer o bem-estar emocional.

É essencial que qualquer suplementação seja feita sob orientação de um profissional de saúde, garantindo a segurança e a eficiência do tratamento. A efetividade do combate à depressão passa por uma abordagem integrada, onde a ciência da nutrição desempenha um papel central na recuperação da qualidade de vida.

 

 

 

 

Referências:

1. “Chromium treatment of depression” – International Journal of Neuropsychopharmacology (2000), DOI: 10.1017/S146114570000208X
2. “A double-blind, placebo-controlled, exploratory trial of chromium picolinate in atypical depression: effect on carbohydrate craving” – Journal of Psychiatric Practice (2005), DOI: 10.1097/00131746-200509000-00004
3. “Folate and depression—a neglected problem” – Journal of Psychiatry & Neuroscience (2007), PMCID: PMC1810582
4. “The relationship between dietary patterns and depression mediated by serum levels of Folate and vitamin B12” – BMC Psychiatry (2020), DOI: 10.1186/s12888-020-2455-2
5. “Clinical trial of Rhodiola rosea L. extract SHR-5 in the treatment of mild to moderate depression” – Nordic Journal of Psychiatry (2007), DOI: 10.1080/08039480701643290
6. “Rhodiola rosea versus sertraline for major depressive disorder: A randomized placebo-controlled trial” – Phytomedicine (2015), DOI: 10.1016/j.phymed.2015.01.010
7. “Rhodiola rosea therapy for major depressive disorder: a study protocol for a randomized, double-blind, placebo-controlled trial” – Journal of Clinical Trials (2014), DOI: 10.4172/2167-0870.1000170
8. “Systematic review and meta-analysis of randomized placebo-controlled trials of folate and vitamin B12 for depression” – International Psychogeriatrics (2015), DOI: 10.1017/S1041610215000046
9. “Acetyl-l-carnitine deficiency in patients with major depressive disorder” – Proceedings of the National Academy of Sciences (2018), DOI: 10.1073/pnas.1801609115
10. “L-Carnitine and Acetyl-L-Carnitine: Potential Novel Biomarkers for Major Depressive Disorder” – Frontiers in Psychiatry (2021), DOI: 10.3389/fpsyt.2021.671151
11. “A review of current evidence for acetyl-l-carnitine in the treatment of depression” – Journal of Psychiatric Research (2014), DOI: 10.1016/j.jpsychires.2014.02.005
12. “Myriad of implications of acetyl-l-carnitine deficits in depression” – Proceedings of the National Academy of Sciences (2018), DOI: 10.1073/pnas.1811389115

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